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Erros colocam em riscos a segurança do condomínio

A segurança preventiva dos condomínios está diretamente ligada à mudança de hábitos de síndicos, moradores e funcionários para que erros de comportamento sejam evitados, não expondo os edifícios a riscos desnecessários.




Descumprir as próprias normas estabelecidas pelo condomínio é a primeira atitude a ser banida, com multas se necessário, pois desestrutura qualquer sistema de segurança. Outro erro muito comum é em relação ao controle de acesso para a garagem, por exemplo. O funcionário da portaria nem sempre consegue identificar o veículo e especialmente, quem está dentro dele. Na dúvida, não poderá abrir o portão. Mecanismos de identificação como selos – sem identificar o nome ou endereço do condômino – são uma forma eficaz de controle, mas não isenta de comprometer a segurança, caso o porteiro não consiga identificar o motorista. Para isso, existem algumas salvaguardas, como um bom sistema de câmeras dentro da garagem e no principal acesso dos moradores. Este último, atua como um identificador das ações e acompanhantes, principalmente se o morador está em situação de coação. São as expressões na face, forma de andar com o suspeito, etc. Por vezes, os condôminos ou o funcionário, não se preocupam em observar o movimento das áreas internas do condomínio pelo circuito de TV, comprometendo todo o investimento em equipamentos de segurança. Além disso, é comum que as pessoas, ao chegar próximo do edifício, esqueçam de verificar se há estranhos nas imediações ou mesmo se os funcionários de vigilância e portaria estão devidamente posicionados.

Outro problema correlacionado é o layout e disposição de vegetações que podem servir de “zona cega”, permitindo que o meliante espere para atacar. Também nas entradas de pedestres é comum verificar a colocação de vasos e plantas que diminuem a visão direta ou por câmera por parte da segurança, forçando-os a deixar seu posto e se exporem, sendo rendidos juntos com o morador ou entregador.

Um equívoco básico é o morador entrar no condomínio juntamente com visitantes. As visitas devem passar sempre por um sistema de identificação, por mais incômodo que esse procedimento possa parecer. E o condômino jamais deve pedir ao porteiro que permita a entrada de alguém que ainda não tenha de fato chegado. A visita deve ser anunciada ao morador na hora.

Porteiros nunca devem deixar seu posto, ainda que por poucos minutos, sem nenhuma cobertura. Nesse caso, deve-se chamar outro profissional – faxineiro ou zelador – para ficar na guarita. A presença de equipamentos como rádio e TV nas portarias também é incorreta, pois pode tirar a atenção do profissional. Apenas um monitor com imagens do circuito de câmeras deve ser mantido juntamente com o sistema de comunicação (interfonia). Moradores, muitas vezes sensibilizados pela quantidade de horas de trabalho no mesmo lugar, acabam proporcionando alguns luxos ao porteiro, provocando a sua desatenção. Afinal, ele foi contratado para a segurança ou para assistir TV?

Em muitos lugares, a portaria ou guarita é totalmente inadequada para a função, desprovida de climatização ou banheiro. Em outros casos, acrescentam “recursos” que a administração acha que lhes dará melhor segurança, como é o caso da baixa iluminação dentro da guarita – provocando a sonolência – ou colocar películas escuras nos vidros. Ora, o meliante utiliza-se deste recurso para “testar” a atenção do funcionário que está limitado em sua visão externa. O fator que age psicologicamente na mente criminosa é o fato de que, se o funcionário possui uma boa visão, o assaltante pensará duas vezes antes de agir. Ele pensa: se posso vê-lo, ele também pode me ver. Para isso, também devemos proporcionar um bom posicionamento estratégico físico da construção e, em caso de não haver outro lugar, naqueles casos onde a guarita está no limite do alinhamento da propriedade, a blindagem é a única forma de segurança, aliada a estruturas de controle indireto, sempre evitando a exposição pessoal do porteiro.

Deixar as chaves do apartamento para um diarista ou para acesso de imobiliária e do carro na portaria, ou ainda, repreender funcionários que causem algum transtorno justamente por cumprir as normas de segurança do condomínio são outras práticas que devem ser abolidas.

Um bom levantamento e análise dos riscos, por profissionais realmente capacitados, possibilita, além do incremento da segurança, a redução dos custos futuros mensais. Ao pensar em contratar tal serviço, sempre peça comprovação das qualificações e referências. Nunca coloque nas mãos de uma empresa instaladora de equipamentos, o diagnóstico e projeto da sua segurança. Raras são as exceções. Este profissional deve estar habilitado a oferecer o equipamento adequado à situação, já estabelecida pela análise metodológica dos riscos e na descrição do laudo técnico, das posições destes recursos, em um projeto esboço.

Mauro Nadruz – Gestor de Segurança Pública e Privada, Diretor da Activeguard




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